O primeiro é o grupo das cobras cujo veneno age no sistema nervoso periférico, causando parada respiratória. É o caso da Taipan e da Coral Verdadeira. Já o grupo das víboras inocula substâncias tóxicas, que provocam distúrbios na coagulação do sangue, hemorragias e necrose local. Por fim, o terceiro grupo é o das serpentes marinhas, estas liberam um tipo de veneno chamado miotóxico, que causa destruição das fibras musculares e insuficiência renal aguda. Todas são extremamente letais.
As serpentes de maior importância no Brasil estão representadas pelos gêneros: Bothrops, que são as Jararacas; Crotalus, que são as Cascavéis; Lachesis, as Surucucus; e Micrurus, as Corais.
São as serpentes responsáveis por cerca de 90% dos acidentes ofídicos registrados no país. Também conhecidas por “jararacuçu”, “urutu”, “jararaca do rabo branco”, “cotiara”, “caica-ca”, “surucucurana”, “patrona”, “jararaca-pintada”, "preguiçosa” e outros.
Estas serpentes habitam principalmente zonas rurais e periferias de grandes cidades, preferindo ambientes úmidos como matas e áreas cultivadas e locais onde haja facilidade para proliferação de roedores (paióis, celeiros, depósitos de lenha). Têm hábitos predominantemente noturnos ou crepusculares. Podem apresentar comportamento agressivo quando se sentem ameaçados, desferindo botes sem produzir ruídos. Estão distribuídas por todo território nacional.
É responsável por cerca de 8% dos acidentes ofídicos registrados no país. Também é conhecida por “maraboia”, “boicininga”, “boiquira”, “maracá” e outros.
Campos abertos, áreas secas, arenosas ou pedregosas. Não ocorrem em florestas e no Pantanal. É encontrada em algumas plantações, como café e cana. Estão distribuídas em quase todo o território brasileiro, com exceção da Floresta Amazônica (apesar de já ter sido relatada a presença em locais de campos abertos), zona da Mata Atlântica e regiões litorâneas.
Responsável por cerca de 1,4% dos acidentes ofídicos registrados no país. Também é conhecida por "surucucu pico de jaca", "surucutinga", "malha-de-fogo" e outros.
São encontradas em florestas densas como áreas florestais da Amazônia, na Mata Atlântica e em alguns enclaves de matas úmidas do Estado do Rio de Janeiro ao Nordeste.
É responsável por cerca de 0,5% dos acidentes ofídicos registrados no país. Também conhecida por "coral verdadeira", "ibiboboca", "boicorá" e outros.
Vivem no solo sob folhagens, buracos, entre raízes de árvores, ambientes florestais e próximo a água. Estão distribuídas por todo o território nacional.
É um orifício situado entre o olho e a narina, daí a denominação popular de “serpente de quatro ventas”, que permite a percepção de modificações de temperatura. Indica com segurança que a serpente é peçonhenta e é encontrada nos gêneros Bothrops, Crotalus e Lachesis. Todas as serpentes desses gêneros são providas de dentes inoculadores de veneno, grandes, pontiagudos, móveis e ocos, lembrando agulhas de injeção, situados na frente da boca. Quando a cobra está em repouso, estes dentes permanecem deitados recobertos por membranas dando aparência de estar sem dentes. As serpentes destes gêneros podem ser diferenciadas pelo tipo de calda.
As serpentes do gênero Micrurus não possuem fosseta loreal e suas presas inoculadoras são pequenas, fixas na região anterior da boca. Em virtude disto, para elas é muito mais difícil implantar as presas em suas vítimas e ocasionar envenenamentos; além do mais, os corais não dão bote. Os acidentes ofídicos são geralmente fatais, se não se utilizar o soro antiofídico, imediatamente após os primeiros sinais de intoxicação aos venenos das serpentes. Pela rápida ação antioxidante dos venenos, é muito importante, vital mesmo, a qualquer proprietário rural, manter em sua propriedade um mínimo de ampolas de soro suficiente para salvar um animal. A demora no atendimento é fatal nesses casos. Acima de três horas após o acidente, o animal pode morrer ou ficar com lesões irreversíveis se não for tratado com soro, dependendo do local da picada. Quando a cobra venenosa ataca o animal, os sinais da picada são muito variáveis, indo desde os dois pontos hemorrágicos deixados pela presa até uma simples arranhadura. Em alguns casos, pode haver até mesmo ausência de sinal.